Tipografia

Semana de Arte de Cataguases em momentos-chave

Durante o bate-papo que aconteceu no Anfiteatro Ivan Muller Botelho minha cabeça começou a borbulhar. Ali no palco, com grandes personalidades do cinema brasileiro, apresentei um turbilhão de conexões que misturaram aquilo que eu tinha preparado para a apresentação com a inspiração incorporada naquele momento. Depois de ouvir a fala de Marcus Diego (realizador da Mostra de Arte  de Cataguases), de assistir a apresentação do Grupo Girarte, de escutar, as palavras da jornalista Lucimar Brasil (mediadora da mesa) Luiz Bolognesi, André Di Mauro, Elza Cataldo (cineastas) e Cesar Piva (Gestor Cultural), me veio a intuição de começar a fala por uma palavra simples: a CURIOSIDADE, que pelo Dicionário Aurélio, é definida como o “desejo de ver, saber, informar-se”. A palavra vem do latim curiositas, que significa “desejo por conhecimento” ou “desejo por informação”.

Referencio e reverencio inicialmente Nêgo Bispo, líder quilombola e pensador, que tinha uma visão crítica e profunda sobre o uso da palavra, especialmente no que se refere à linguagem acadêmica e colonialista. Nessa perspectiva ele trazia uma crítica à linguagem acadêmica e inacessível. Bispo criticava o uso de termos técnicos e conceitos que distanciam os povos tradicionais de seus próprios saberes e realidades vividas. Valorizava os saberes ancestrais e com isso defendia a oralidade como o principal instrumento de preservação e transmissão coletiva de sabedorias. Para Nêgo Bispo, os modos de vida quilombolas se baseiam na fala, no diálogo e na “confluência” de saberes, em oposição à racionalidade ocidental. Dessa forma, segue um texto dividido em tópicos, na tentativa de somar à essa visão cosmológica de Nego Bispo, o resultado das ideias que foram compartilhadas no bate-papo do evento, durante as caminhadas pela cidade, as refeições e a cerveja do final da noite no Bar do Adilson.

(Re) Encontro Histórico:
Na tarde do dia 14/11/25e André Di Mauro (sobrinho neto de Humberto Mauro) exibiu o filme documentário do pai do Cinema Brasileiro para uma geração de crianças de Escolas Pública da região. Já na noite do mesmo dia Elza Cataldo apresentou o filme Silêncio de Eva. Eva Nil e depois Eva Comello, revela a história invisibilizada até então, da primeira atriz, empresária e fotógrafa do cinema brasileira. Eva, seu pai Pedro Comello e Humberto Mauro realizaram o primeiro filme de ficção do cinema brasileiro, Valadião o Cratera em 1925. Após a sessão acontece uma conversa de Elza com André Di Mauro, o que me fez perceber que estávamos vivendo ali um momento histórico inesperado, dentro de um arco temporal de 100 anos que permitiu o reencontro desses dois personagens primordiais para o entendimento da história do cinema brasileiro.

Conexão, Ruptura e Reconexão:
A conversa entre Elza e André revelou a conexão, ruptura e reconexão entre Eva Nil e Humberto Mauro, essenciais para entender o Ciclo de Cataguases sob uma nova perspectiva, ao colocar estas 2 figuras como primordiais na consolidação da história das origens do cinema brasileiro. Já em conversa com André Lira (do Ministério da Cultura e da Secretaria da Economia Criativa), que esteve presente no evento, ele demonstra espanto e admiração ao relatar o que estava vendo e vivenciando ali em Cataguases. Relatou que tem conexões fortes com pessoas do nordeste, aonde percebe que por lá nossa história é desconhecida e que também é por lá que se autoproclamam os pioneiros do Cinema. Por coincidência tinha acabado de receber uma matéria de uma amiga de doutorado que confirmava isso. Essa desconexão só revela a necessidade cada vez maior de se difundir nossas histórias em todas as mídias e plataformas.
https://www.diariodepernambuco.com.br/200anos/2025/11/11699933-recife-e-pernambuco-pioneiros-do-cinema.html

Universidade e Novas formas de Produção de Conhecimento:
A exibição do filme Miranha de Zahir de Tentarrar e Luiz Bolognesi, apresentou uma visão de colonização científica e do conhecimento. Na sua fala apresenta a  possibilidade de exercermos uma escuta ativa em relação aos povos originários, o que a ideia de se criar disponibilidade cada vez maior para aprender a partir das nossas origens. Além disso, no evento também foi possível avançar na discussão para se criar espaço para novas formas de pensamento, com um olhar atento em torno do conhecimento indígena e dos povos tradicionais, superando o conhecimento já estabelecido na academia. Em Cataguases, conseguimos implantar uma universidade pública estadual de Tecnologia em Cinema e Animação. O pensamento relacionado à ideia de decolonização tem sido tratado internamente na UEMG e no Polo Audiovisual faz algum tempo e pode ser visto através do Projeto Alma. Cláudio Santos e Cesar Piva participaram do Conselho Científico pelo Polo Audiovisual da Zona da Mata MG, da Universidade do Estado de Minas Gerais junto aos cursos de Design e de Tecnologia em Cinema e animação. Através desse intercâmbio com a Universidade de Minho em Portugal, foi possível escrever em parceria com Andrea Toledo um artigo sobre o Modernismo no Brasil em Cataguases e Belo Horizonte, em diálogo com algumas produções realizadas no Polo Audiovisual, como as Orfãs da Rainha de Elza Cataldo. Além disso, Cláudio mediou uma mesa com o Professor Charles Bicalho (BRA) e José Carrega (POR) sobre tecnologias antropofágicas a partir da produção do indígena Isael Maxacali. O resultado foi um ebook com textos de pensadores, artistas e intelectuais sobre as relações entre a literatura, o audiovisual, a antropofagia e o modernismo sob diversas perspectivas. Escrevemos e publicamos ao lado de grandes nomes da África, Brasil e Portugal. Ebook disponível para download gratuito:
https://lnkd.in/dy5DXeSH


Também podemos destacar o artigo publicado por importante revista de Educação (REBEP), com classificação Qualis 1, Cinema feito a mãos: animação e educação no projeto Escola Animada. Escrito à 3 mãos pela professora Andrea Toledo, Inácio Frade e por Cláudio Santos falamos do uso do stop motion em escolas públicas da Cidade de Cataguases, dando luz às pessoas do cotidiano e mostrando as muitas Cataguases existentes.
https://rbep.inep.gov.br/ojs3/index.php/rbep/article/view/6293/4571

Importância do Corpo como mídia e para além das telas:
A apresentação de dança do Grupo Girarte mostrou a relevância da presença física e dos corpos em movimento como elos de comunicação. Um novo público pra quem é do audiovisual amplia os espaços de troca e construção a partir das diversas mídias e de todas as artes. A Semana de Arte trouxe a ideia do “Futuro Primitivo”, discutida nos encontros preparatórios, buscando reconectar passado, presente e futuro. Penso que a ideia de “Futuro Primitivo” leva ao “Primordial”, que é sobre aquilo que permanece, que reestabelece conexões, que trata da ideia de uma tríade cíclica: Permanência / Impermanência / Emergência.

Tecnologia a Serviço da História, da memória e do presente:
Com isso da pra se pensar em uma ideia de futuro onde devemos usar as mídias emergentes (celular, realidade aumentada, óculos VR) para difundir essas histórias, incluindo as mitologias indígenas e toda riqueza da cultura afro-brasileira ligada aos povos tradicionais. Num mundo onde estamos sobrecarregados de informação, com conteúdo instantâneo, onde parece que tudo  já está pronto e não é preciso fazer mais nada. A experiência de trabalhar com uma designer indígena, aonde as ferramentas mais atuais de IA e de design digital são ferramentas que potencializam a expressão pessoal e o repertório cultural original. Jandig no Mozfest:
https://youtu.be/hpFWgEtfrac?si=mCpJaCTE48_TP06U

Novo Ciclo:
A CURIOSIDADE pode ser disparadora e um princípio ativo que sugere ao Presente reinterpretar o Passado (uma nova leitura do Ciclo de Cataguases e de como se conectar com os saberes ancestrais) e construir um Futuro mais consciente, aberto e com forças Primordiais, pautados pela reconexão de histórias e culturas. Tudo isso somado à transmissão de conhecimento pelas mestras e mestres, pelo fazer manual e valorização dos ofícios e pela busca de novas histórias a serem contadas. As comunidades criativas tão bem mapeada e registrada pelos 2 Pedros, o Marcos e o Chaves. Esse novo ciclo se consagra também pelo uso do Animaparque, com algumas produções de stop-motion em andamento (Pinguim Tupiniquim – Mundiça/Coala/Taller Del Chucho e Marcha dos Girassóis – Erick Ricco), além do projeto laboratório 2.C da Fábrica do Futuro na construção de mini biografias em animação de personalidades locais. Inicialmente Humberto Mauro, Maria Alcina e Ary Barroso. A ideia é o projeto continue trazendo à tona novos personagens numa linguagem contemporânea, para atingir todas as gerações.
https://padlet.com/claudiovoltz/midiateca-lab-2c-f-brica-do-futuro-flxhdb4ssiosvk40

Rede e plataforma de pensamento:
Convidar pessoas para apresentar diferentes perspectivas e criar conteúdos que possam ficar registrados e abertos para fundamentar a Semana que estar por vir. Imersão para uma curadoria que registre e expanda a ideia de Futuro Primitivo. Como marco e síntese fica a palavra-chave apresentada no final. #ESCUTA: A ideia de uma escuta ativa aliada à Curiosidade o que nos permite reaprender a aprender, utilizando todas as mídias de forma responsável e potente. Dessa forma, pode-se  mapear e apresentar uma rede existente e que tenha mais visibilidade de ações e produções relacionadas a estes temas.


Categoria: Animação, Arquitetura, Artesania, Artigo Acadêmico, Audiovisual, Curadoria, Editorial, Festival, Filme, Identidade Visual, Tipografia, Video em 01/12/2025    


 
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Pausa – 50 anos da Fundação Torino



Direção, câmera e animação: Cláudio Santos
Direção de Produção: Alessandra Maria Soares
Roteiro: Patrícia Reis Alvim com citações de Stela Barbieri
Direção de fotografia, câmera, edição, animação e montagem: Bruno Araújo
Trilha Sonora: Cláudio Santos com inserções de trechos músicas do Disco Canoas de Stella Barbieri e de registros da oficina de música realizada na Fundação Torino em Setembro de 2025.

Categoria: Animação, Educação, Filme, Memória, Projeção Mapeada, Tipografia, Video em 18/10/2025    


 
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Um Defeito de Cor – Catálogo

O catálogo da exposição “Um Defeito de Cor” foi projetado para refletir os temas centrais da mostra, inspirada no livro de Ana Maria Gonçalves. Ele apresenta um layout circular dividido em dez núcleos temáticos, acompanhando a estrutura da exposição e criando uma narrativa visual coesa. As capas de capítulo trazem obras de Goya Lopes, dialogando com o espaço expositivo e enriquecendo a experiência visual.

O projeto do catálogo visa dar visibilidade às obras e incluir reflexões da autora e de convidadas. Utilizando um layout circular, o catálogo organiza as informações de forma a espelhar os núcleos da exposição, inspirados nos capítulos do livro. A tipografia clara e legível, influenciada por símbolos Adinkra, complementa o design, enquanto tecidos são usados como material principal, traduzindo a noção de ancestralidade e dialogando com as obras têxteis.

O objetivo do catálogo é proporcionar uma extensão visual e temática da exposição, promovendo uma compreensão profunda dos temas abordados, como diáspora africana, escravidão e identidade afro-brasileira. Ele busca explorar e celebrar a cultura afrodescendente, destacando a conexão entre as obras e os temas, e oferecendo uma experiência imersiva e significativa para os leitores.

A defesa do projeto do catálogo está na sua capacidade de conciliar design estético e funcionalidade, criando uma narrativa visual que complementa a exposição. O uso de elementos como layout circular, cores simbólicas e tipografia evocativa reforça a mensagem da mostra. Tecidos, inspirados na indumentária dos Babas Eguns, são integrados ao design, materializando o conceito de ancestralidade e compondo uma paisagem visual que dialoga com as obras, destacando a importância da cultura afrodescendente.

CATALOGO

PROJETO GRÁFICO
Alessandra Soares, Cláudio Santos Rodrigues e Estevam Gomes
PRODUÇÃO EXECUTIVA
NU Projetos de Arte
COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO
Heloisa Leite
PRODUÇÃO
Emy Pimenta
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Chico Daviña
TRATAMENTO DE IMAGEM
Márcio Café
COORDENAÇÃO EDITORIAL E REVISÃO DE TEXTOS
Lia Ana Trzmielina
TRADUÇÃO
Matthew Rinaldi
CAPA
Márva Araújo – Estrela do mar / Starfish, 2021
FOTOS
Bruno Araújo
CURADORIA
Amanda Bonan, Ana Maria Gonçalves, Marcelo Campos


Categoria: Editorial, Identidade Visual, Tipografia em 10/09/2024    


 
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RCP Advogados



Categoria: Identidade Visual, Sinalização, Tipografia, Website em 26/12/2023    


 
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As Órfãs da Rainha | Identidade Visual


No dia 09 de março de 2023 foi lançado em Cataguases o Filme “As Orfãs da Rainha”. O Filme é uma produção do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais com patrocínio do Grupo Energisa e já foi premiado com o Prêmio de Melhor Filme Histórico na14ª edição do Toronto International Women Film Festival, no Canadá, sendo selecionado para o Festival Judaico de Washington, conquistando também duas premiações em Los Angeles, nos EUA.

A identidade visual do filme partiu de impressões portuguesas do século XVI com tipos móveis, utilizando fontes humanistas. Optamos seguir para o caminho da caligrafia, com ascendentes e descendentes longas e rebuscadas, utilizada em manuscritos ornamentados e cartas no século XV e XVI.

O filme é carregado se simbolismos. São mais de 120 minutos em que conhecemos personagens, paisagens, ambientes, aspectos domésticos e culturais, ritos religiosos e, sobretudo, o calvário e redenção em doses particulares dessas 3 irmãs. Optamos por sintetizar a identidade com 3 elementos.

Pinha |  Méssia. A pinha traz o contexto naturalista brasileiro. Faz alusão também as pinturas de natureza morta da personagem.
Estrela de Davi | Leonor. Principal símbolo do judaísmo. O homem com quem Leonor se casa é judeu e perseguido pela inquisição.
Peixe | Brites. O peixe é o símbolo da vida, fazendo alusão a gravidez. Os grafismos do peixe também se conectam com os personagens indígenas.

No século XVI, ‘órfãs da rainha’ era a denominação dada às mulheres que viviam sob a proteção da Rainha de Portugal, no conforto  da corte, até serem  obrigadas pela Coroa Portuguesa a se mudarem para o Brasil. Nesse território totalmente selvagem e desconhecido, elas desembarcavam com a missão de formar família e povoar o novo país.

“As Órfãs da Rainha” é um longa-metragem de ficção no gênero histórico, com roteiro de Elza Cataldo, Pilar Fazito e Newton Cannito, com Direção de Fotografia de Fernanda Tanaka, consultoria do historiador Ronaldo Vainfas, especialista em Inquisição, de Mary del Priori, especialista em história das mulheres e de Uri Lam, rabino. O filme tem a produção da Persona Filmes (MG).

Em sua obra, a diretora acompanha a saga de três irmãs portuguesas – Leonor, Brites e Mércia – que vivenciaram de maneiras diferentes o destino que lhes foi imposto, nesse cenário inóspito do Brasil colonial, agravado pela chegada da Inquisição. Essas três personagens foram vividas por Letícia Persiles, Rita Batata e Camila Botelho, tendo ainda no elenco os destaques femininos de Selma Egrei, Ines Peixoto, Teuda Bara e Jai Batista.


Categoria: Animação, Artesania, Audiovisual, Filme, Identidade Visual, Tipografia em 18/03/2023    


 
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INANA – Identidade Visual


Categoria: Filme, Identidade Visual, Publicações, Sistema, Tipografia, Video, Voltz em 10/02/2023    


 
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Tipoema – Movimento 8 – Exposição Ainda que Tardia: Brasil Futuros e Festival Artes Vertentes / Tiradentes MG

Ao propor uma reflexão em torno das mais diversas noções de (in)dependências nas ruas de Tiradentes, onde as ideias de liberdade como condição de uma nação floresciam já no século XVIII, a exposição “Ainda que Tardia: Brasil Futuros” e o “Festival Artes Vertentes estimulam um diálogo plural a partir da arte. Quais independências comemorar? E quais independências sonhar?

Entramos nessa importante discussão/reflexão a partir de um convite vindo do Professor Guilherme Trielli da FAE/UFMG para participar da exposição, que trata do Bicentenário da Independência do Brasil, na casa do Inconfidente Padre Toledo. A exposição é apresentada pela Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade, Campus Cultural em Tiradentes / Pró-reitoria de Cultura da UFMG e o Festival Artes Vertentes. Desenvolvemos para a sala denominada COCAR OU COROA uma animação em realidade aumentada que chamamos de “CocarCoroaCocar”, além de uma oficina tipográfica e uma nova versão da perfomance mecânico/analógico/digital Tipoema, agora no seu Movimento 8.

Saiba mais sobre a proposta do Festival e veja todos os artistas e a programação completa: https://www.artesvertentes.com/

NOSSA SENHORA DOS ÍNDIOS
No quadro denominado Nossa Senhora dos Índios, que pertence ao Acervo Artístico da UFMG, foi descoberto, por meio de radiografia, que existia outra pintura por trás da que estava visível. Clique para ver uma animação que fizemos detalhando cada etapa.

CocarCoroaCocar: uma leitura insubmissa
A pintura de 1823, comemorando a coroação de Dom Pedro I, também pertencente ao Acervo Artístico da UFMG, retrata D. Pedro I em posição de superioridade e um indígena em posição de inferioridade. Nossa intervenção foi remixar a imagem afim de ressignificar o quadro, de modo que essa relação de submissão possa se desfazer e o indígena assuma um lugar de contestação perante o Imperador, o que condiz com a visão atual acerca da decolonização de nossa história.

Para isso, foi criada uma microanimação em realidade aumentada que poderá ser acessada através de um código/marcador e visualizada em dispositivos móveis a partir do aplicativo Jandig.

CocarCoroaCocar
Roteiro: Sérgio Antônio Silva
Composição da imagem, marcador e direção de animação: Cláudio Santos
Animação: Joshua Lima Pavanello
Jandig.app: Vj Pixel

OFICINA TIPOGRÁFICA: Mini-poster, o texto como imagem
Dividido em duas tardes, a oficina prevê a produção de mini-posters tipográficos de pequeno formato, dando aos participantes da oficina a oportunidade de experimentar os processos de composição e impressão com tipos móveis e clichês tipográficos que fazem parte do @tipolab.uemg e da Tipografia Liberdade.

A proposta é que através do uso de letras e ornamentos se chegue a uma síntese visual, com mensagens de teor estético/político que serão utilizadas na performance Tipoema – Movimento 8. Participaram da oficina 10 moradores da cidade de Tiradentes. Ceramistas, gravadores, designers e educadoras do Museu Casa Padre Toledo.

Data: 19 nov de 2022, de 14h às 18h e 20 nov, de 10h às 12h e de 14h às 16h
Co-realização: UFMG e Campus Cultural Tiradentes

PERFORMANCE: Tipoema – Movimento 8
A apresentação no Museu Casa Padre Toledo, proporcionou o reencontro da composição original do Tipoema. Em sua oitava versão, trata-se de um remix de poemas e manifestos impressos com uso de uma prensa tipográfica analógica que, simultaneamente, projeta numa tela o movimento da impressão com trilhas e sons executados ao vivo.

Da rama ao pixel, uma experiência gráfica, visual e sonora, acrescida da performance dos corpos que operam as máquinas. A imersão no universo das letras tornadas dispositivos de resistência e re-existência. Revoltas, motins, vanguardas, ritmos e rimas. Um tributo a tudo o que restou de memória dos rebeldes, excluídos, profetas, poetas. Um grito de liberdade no fundo do coração de Minas Gerais. Tiradentes.

Museu Casa Padre Toledo - Rua Padre Toledo, 152
Data: 20 nov de 2022 às 2oh30



Ficha Técnica
Concepção:
Cláudio Santos Rodrigues, Leonardo Rocha Dutra, Sérgio Antônio Silva, Lucas Miranda

Preparação de imagens e direção de arte:
Cláudio Santos Rodrigues @claudiovoltz

Seleção e edição de textos:
Sérgio Antônio Silva @sergioantoniosilva.sas

Captura, animação e edição de imagens:
Leonardo Rocha Dutra e Joshua Lima Pavanello

Música:
Lucas “OscilloID” Miranda @oscilloid_m
Leonardo Rocha Dutra @leonardorochadutra

Programação e desenvolvimento de software:
Sérgio Mendes

Agradecimentos:
Guilherme Trielli (FAE/UFMG), Rosângela (DAC/UFMG)
Verona Sagattini (Presidente da Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade)
Equipe do Festival Artes Vertentes e do Museu Casa Padre Toledo
Flávio Vignoli, Olavo DAguiar e Luis Matuto (Tipografia do Zé / 62 Pontos)
Escola de Design da UEMG – LDG / TipoLab / Vj Pixel (Jandig)
Ana Ester e Ronaldo Gino (Casa Piuíii – Tiradentes)


Categoria: Animação, Aplicativo, Artesania, Artigo Acadêmico, Audiovisual, Editorial, Evento, Experimental, Festival, Filme, Instalação, Museus, Performance, Sistema, Tipografia, Video em 24/11/2022    


 
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MAR – Um Defeito de Cor

A Exposição “Um Defeito de Cor” faz revisão historiográfica da escravidão abordando lutas, contextos sociais e culturais do século XIX. A exposição é inspirada no romance de Ana Maria Gonçalves que propõe uma revisão crítica da diáspora africana. A escritora, ao lado de Ayrson Heráclito, Marcelo Campos e Amanda Bonan, assinou a curadoria da exposição e reuniu 400 obras de, sobretudo, artistas mulheres negras, incluindo Rosana Paulino, Silvana Mendes, Yêdamaria, Maria Auxiliadora, Yedda Affini e Djanira.

Apresenta também obras dos artistas Antonio Oloxedê, Goya Lopes, Kika Carvalho e Kwaku Ananse Kintê concebidas especialmente para a exposição; uma paisagem sonora inédita criada por Tiganá Santana e Jaqueline Coelho; e ainda gravações da leitura de trechos do livro pelas vozes de Ana Maria Gonçalves, Helia Iza da Silva Gonçalves – sua mãe, o que aponta um aceno ao próprio livro que trata da relação entre mãe e filhos – e Leda Maria Martins, pesquisadora de questões de racialidade.

Ao todo serão 400 obras de artes entre desenhos, pinturas, vídeos, esculturas e instalações de mais de 100 artistas de localidades, como Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e até mesmo do continente africano, em sua maioria negros e negras, principalmente mulheres.

De acordo com a Revista de Museu, “o defeito de cor era um conceito exigido de liberação racial comum no século XIX. Na época, se configurava a racialidade nas questões positivistas, como se pessoas racializadas, indígenas e negras, pudessem ter na sua constituição biológica algo que fosse um defeito, como pouca inteligência, por exemplo. Então, a exposição aborda esse trauma da investigação a partir da trajetória da protagonista do romance, a africana, Kehinde”.

O projeto expográfico de Ayrosn Heráclito e Aline Arroyo dividiu em 10 núcleos, que se espelham nos 10 capítulos do livro e falam de revoltas negras, empreendedorismo, protagonismo feminino, culto aos ancestrais, África Contemporânea, entre outros temas. A identidade visual e sinalização desenvolvida pela Voltz usou elementos do projeto expográfico para criar o ícone que deu origem a uma padronagem exclusiva. A Tipografia que buscou influências nos símbolos Adinkra e nas referências circulares da narrativa do romance.

Na abertura aconteceu um show com a Beija Flor de Nilópolis, que fez todo mundo sambar muito, e lotou o auditório pra prestigiar o debate: “NEGRITUDES 22 – Viva as Narrativas Pretas! A influência das costuras literárias no audiovisual”. Contou com a presença de Ana Maria Gonçalves.

Serviço
Um Defeito de Cor
Local: Museu de Arte do Rio
Endereço: Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Data: De 10 de setembro até maio de 2023
Funcionamento: De terça a domingo, das 11h às 17h.
Ingresso: Grátis


Categoria: Arquitetura, Evento, Exposição, Identidade Visual, Museus, Sinalização, Tipografia em 11/09/2022    


 
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Escola Saramenha Artes e Ofícios

A Escola Saramenha Artes e Ofícios, nasceu do encaminhamento dado a Saramenha Artes e Ofícios, onde toda uma produção de peças em barro, madeira e metal, esteve sempre associada ao Saberes & Fazeres de nossa cultura, conhecimentos que Paulo Rogério Ayres Lage sempre buscou transmitir através de promoção de cursos e palestras.

Agora com extensão à música, à dança, ao teatro, às artes plásticas, à história e ao desenvolvimento humano, tornou-se natural a criação da escola, cujo slogan foi dado pela amiga e parceria Mônica Peres Botelho: “Dos mais velhos o legado, aos mais novos o aprendizado”.


A Voltz é parceira da Saramenha desde 2016. Além da produção do vídeo “Movimento Saramenha”, desenvolvemos os catálogos de produtos e diversos materiais gráficos para os eventos. Desde 2018, a Tipografia Liberdade que foi adquirida pela Voltz em 2007, agora está lá e é mais um dos ofícios presentes na Escola.

Abaixo alguns projetos realizados pela Voltz em parceria com a Saramenha de Artes e ofícios, podemos destacar:

Céu Modernista >> Design do painel de cobogós na sede do Grupo Energisa.
Processo de produção do painel >> Campanha do Festival Ver e Fazer filmes.
Balé do Amor Brasileiro >> Registro e edição do vídeo do espetáculo.
250 arquiteturas americanas >> Registro do workshop coordenado pelo professor Fernando Lara e Goma Oficina, que compõe parte da intervenção “250 Arquiteturas Americanas”, que fez parte da 11ª Bienal de Arquitetura de SP.
Curso de Azulejaria Portuguesa >> Registro do curso de azulejaria ministrado por Telmo Pereira de Portugal.

A Escola Saramenha Artes e Ofícios fica em Santo Amaro de Botafogo, distrito de Ouro Preto. Os principais parceiros são Fundação Ormeo Junqueira Botelho e o Polo Audiovisual da Zona da Mata, ambos de Cataguases; a Casa Estação da Luz em Olinda e o Instituto Ouro Preto, mantenedor da Orquestra Ouro Preto. Possui estrutura necessária a seus objetivos, como oficinas e salas de aula equipadas, palco coberto em arena para mais de 400 espectadores e uma pousada, Pouso de Santo Amaro, para abrigar alunos e professores residentes.

Veja um vídeo que fizemos durante a festividade do santo padroeiro em 2019.


Categoria: Artesania, Audiovisual, Curso, Editorial, Educação, Evento, Festival, Gastronomia, Tipografia, Video, Voltz em 18/07/2022    


 
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MAP: Acervo e seus desdobramentos gráficos

O Museu de Arte da Pampulha (MAP) realizou, de 6 a 23 de junho, a ação “Museu de Arte da Pampulha: acervo e seus desdobramentos”, que propõe diálogos e reflexões sobre o acervo gráfico da unidade museal. O conjunto de atividades foi composto por um ciclo de palestras on-line com artistas, um ciclo de estudos com especialistas e um encontro de produção de materiais gráficos. A ação foi concebida como desdobramento da exposição “Gráficografia”, que levou parte do acervo do MAP e obras de artistas convidados para o Museu Histórico Abílio Barreto entre dezembro de 2020 e janeiro de 2022.

A segunda atividade, intitulada “Museu de Arte da Pampulha: acervo e seus desdobramentos gráficos”, possui o objetivo de reunir um grupo de profissionais convidados e especialistas sobre o acervo do MAP para dois encontros on-line e dois presenciais. Estudantes e profissionais de artes gráficas, mediação, educação e arte tiveram o primeiro encontro deste ciclo formativo com o curador Marconi Drummond, em 13/6 (segunda-feira). O diálogo com o artista visual Flávio Vignoli foi no dia 20/6 (terça-feira). Nos dois encontros, que foram on-line, estiveram presentes os educadores do projeto Pampulha Território Museus que atuam no Museu de Arte da Pampulha.

Esse mesmo grupo, que participou do ciclo formativo que tem como foco o acervo gráfico do museu, produziu experimentos gráficos durante dois encontros presenciais no ateliê do coletivo 62 Pontos, em 21/6 (terça-feira) e 23/6 (quinta-feira). “Museu de Arte da Pampulha: acervo e seus desdobramentos” é uma ação que integra o projeto Pampulha Território Museus. Mais informações no site pampulhaterritoriomuseus.com.br.


Categoria: Evento, Experimental, Museus, Tipografia em 03/07/2022    


 
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